A partir de 1º de agosto, os serviços de construção, postais, de coleta,
remessa ou entrega de documentos ou pequenos objetos, remessas expressas, bem
como de manutenção, reparação e instalação ficam obrigados a prestar
informações no Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços (Siscoserv),
uma base que servirá para orientar negócios e subsidiar outros sistemas
eletrônicos da administração pública.
O cronograma para cada setor da economia prestar informações no
Siscoserv foi definido pela Portaria MDIC nº 113/12, em função dos Capítulos da
Nomenclatura Brasileira de Serviços (NBS). Assim, o mercado deve ficar atento à
programação apresentada, que amplia a exigência para mais cinco capítulos da
NBS já a partir de outubro.
O diretor do Departamento de Políticas de Comércio e Serviços do
Ministério do Desenvolvimento, Maurício do Val, lembra que o Siscoserv é um
sistema inédito no mundo, que permitirá o gerenciamento das estatísticas do
comércio exterior de serviços, intangíveis e operações que produzam variações
no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas e dos entes
despersonalizados.
Para o governo, o sistema possibilitará diagnósticos setoriais que
orientarão no fortalecimento de políticas públicas partindo do governo federal,
mas com alcance nas esferas estaduais e municipais, principalmente pelo fato de
os municípios terem ampla atuação no setor, com incentivos fiscais.
“Há mais apoio à importação de serviço, com desonerações, que à
exportação e em nossa proposta temos o objetivo de alavancar a exportação”,
resumiu o representante do MDIC durante palestra sobre as negociações
internacionais de serviços, promovida pela Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo (Fiesp).
O Siscoserv não terá caráter de anuência prévia e sua gestão será
compartilhada com a Receita Federal, a quem, inclusive, caberá a
responsabilidade de atender às consultas sobre a classificação na NBS, a
exemplo do que ocorre com o comércio de mercadorias.
O diretor de Negociações Internacionais do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp,Mario Marconini, considera que a abertura do mercado de serviços está intimamente ligada à legislação interna do País. Também avalia que serviços, competitividade e cadeia industrial são assuntos conectados, pois negócios no campo de serviços envolvem quase sempre outros setores.
Para o ex-secretário de Comércio Exterior e presidente da Brazilian
Industries Coalition, Welber Barral, há grande dificuldade para identificar o
que é uma importação ou exportação de serviço e o Siscoserv será um instrumento
importante nesse sentido. “[É preciso] mobilizar o País para entender a
relevância do setor de serviços e, a partir daí, avançar para tratamentos
específicos.”
Em relação às negociações internacionais, Barral destacou que o setor de
serviços – que representa 60% do PIB mundial – recebe pouca atenção. Até mesmo
no Mercosul, disse existir uma postura defensiva do Brasil. “Posso garantir
que, em parte por não conhecermos as consequências, não temos visão de qual
pode ser o efeito pós-negociação de liberalização”, pondera.
Desde 2009, várias mudanças foram aprovadas para permitir a modalidade
de financiamento à produção exportável de serviços elegíveis para o programa,
mas foram pouco utilizadas por desconhecimento do próprio setor. (AC).
Aduaneiras
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